quarta-feira, 13 de maio de 2009

Relapsa!

Essa blogueira que vos fala anda relapsa, mas assim não há de ser para sempre!
Só preciso organizar melhor a vida... Ainda vou ao cinema, mas tempo para escrever quase não existe mais...
Vocês podem acompanhar minhas "obras" nos seguintes blogs:

http://www.finaldestination.blogger.com.br/ - sobre a vida em geral
http://cineacademia.blogspot.com/ - revista sobre cinema ibero americano dos alunos de comunicação social - jornalismo da PUCPR (oi, desculpa? minha turma!) a seguir um texto lá publicado essa semana escrito por mim!

A arte relatando os sofrimentos

É interessante como o momento histórico pode fazer com que vidas completamente diferentes tenham tanto em comum. O que um documentário sobre um cantor, um filme sobre uma estilista e outro sobre um jornalista poderiam ter em comum além da produção nacional? O pano de fundo. Suas lutas e sofrimentos durante um dos períodos talvez ainda mais obscuros da história do Brasil. A ditadura.
O documentário, "Ninguém Sabe o Duro que Dei", que estréia amanhã (15/05) no país, trás depoimentos a respeito da vida de Wilson Simonal. Durante a ditadura, Simonal foi fortemente acusado por algo que passou a vida afirmando não ter cometido.
Ao lado de filmes como Zuzu Angel (2006) e O que é isso companheiro (1997) o Ninguém sabe o Duro que Dei reacende as inúmeras indagações que continuam a assolar os brasileiros. Afinal, muitos ainda são os mistérios existentes a respeito dos 21 anos os quais a nação brasileira viveu a mercê dos militares.
Zuzu Angel, por exemplo faz acusações diretas aos métodos utilizados para conter aqueles que contestavam os desaparecimentos de entes queridos, ao deixar explicito que a protagonista veio a morrer devido a uma sabotagem em seu carro feita por militares.
Já o famoso O que é isso, Companheiro, baseado no livro homônimo do jornalista e atual Deputado Federal Fernando Gabeira, procura reproduzir as memórias de um militante político que ao tentar por em liberdade 15 esquerdistas presos, seqüestra um embaixador norte americano visando pressionar o regime militar.
Com o processo de organização dos arquivos do DOPS em 2002, as muitas questões até então incertas passaram a ser pouco a pouco esclarecidas. O cinema brasileiro também se valeu desses arquivos para poder demonstrar com um pouco mais de fidelidade um período histórico que muitos gostariam de esquecer.
Para o cineasta João Batista de Andrade, os filmes desse período são importantes não apenas não apenas porque preservam a memória, mas por esclarecer certos fatos dela.Sendo assim, só resta ir aos cinemas conferir Ninguém sabe o Duro que Dei para saber se Simonal no fim das contas foi ou não um dedo-duro.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A troca


Changeling
Direção: Clint Eastwood
Atores: Angelina Jolie, John Malkovich

Em um sábado de 1928, Christine Collins (Angelina Jolie) se preparava para cumprir uma promessa feita a seu único filho, Walter: levá-lo ao cinema. Uma ligação inesperada da companhia telefônica onde trabalhava a fez mudar de planos, ao mesmo tempo em que mudava sua vida, precisaria trabalhar e deixar Walter em casa, sozinho, esperando. Christine mal poderia imaginar que depois daquela tarde o drama se instalaria permanentemente na sua vida.
Após o misterioso sumiço de Walter, Christine não mede esforços em sua procura. A policia de Los Angeles, na época mal vista aos olhos da sociedade diz ter encontrado seu filho e proporciona o reencontro ainda na estação de trem, em frente a diversas câmeras fotográficas e jornalistas ávidos por uma noticia sobre o caso. Os poucos minutos fartos de alívio que se seguem são simplesmente assim: poucos.
Houvera um engano, aquele menino recém saído do trem na estação da cidade não era seu filho. Acontecera uma troca. Ela de imediato soube da verdade, mas a polícia, autoritária, diante de uma mãe solteira aparentemente frágil, se impôs e assim, Christine levou aquele menino para casa.
Com uma determinação que salta aos olhos até mesmo do pastor local, Christine encontra forças para lutar contra um sistema corrupto, custe o que custar, e consegue provar que uma mãe desesperada pode sim, mover montanhas.
Com cenas sombrias, cobertas de mistério e extremamente marcantes, Clint Eastwood pouco deixa a desejar em sua direção, merecendo cada indicação a prêmios que recebeu por esse filme. A narração é sóbria, o suspense perdura até o fim e por quase três horas o espectador se pergunta: haverá um final feliz?
Pergunta essa que não pretendo aqui responder, apenas afirmar: o fim pode ser surpreendente.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button


Com indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar, O Curioso Caso de Benjamin Button vem dando o que falar. E não seria de menos, desde Titanic um filme com três horas de duração não me cativava tanto (em Senhor dos Anéis eu quase dormi). Drama, fantasia e leves pitadas de humor entram em sintonia e fazem com que a vida de Benjamin seja também a sua vida.
No exato dia em que a Primeira Guerra Mundial[bb] e a esposa do dono da Fábrica de Botões Button encontram seu fim, nasce Benjamin. Seu pai, tomado pela raiva, abandona o recém-nascido na escadaria de um asilo. Criado por pais afro descendente, Benjamin – que nasceu com esclerose, catarata e velho, vem rejuvenescendo a cada dia que passa.
Ainda na velhice conhece Daisy, neta de uma das senhoras do asilo e grande amor da sua vida. Os anos passam e durante um longo tempo Benjamin e Daisy se falam apenas por cartas. O contato cessa, mas o destino não impede que eles se reencontrem e vivam intensamente o amor, quando a carreira de Daisy como bailarina acaba e Benjamin tem uma idade apropriada para ser seu romance.
O humor fica por conta do homem que foi atingido sete vezes por raios na vida e sobreviveu, a montagem de imagens toscas como no principio do cinema foi uma aposta que deu certo.
Ao longo da vida Benjamin aprende a perder amores e amigos da forma mais controlada possível. Seu conformismo diante a realidade que vive chega a ser perturbador. A história, no entanto, possui uma linearidade que não deixa a desejar e termina com um grande e belo ponto final.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Quando os livros viram filmes - Parte Final


Marley e Eu
Direção: David Frankel
Roteiro: Scott Frank
Elenco: Owen Wilson, Jennifer Aniston

E para terminar 2008 com mais um livro adaptado para as telonas, Marley & Me estreou no Natal. Baseado no bestseller de 2005 escrito por John Grogan[bb] o filme conta a história de seu autor e o cachorro Marley, eleito pelo dono como o pior cão do mundo.
Marley entra na vida de John e Jenny quando o recém-casado casal se muda para a ensolarada Flórida e Jenny começa a ter idéias a respeito de ter um filho. John vê num cachorrinho a possibilidade de se adaptar a idéia e fazer com que Jenny deixe os planos um pouco de lado. E quando adquirem um “cachorro de liquidação” os pensamentos saem da idéia de filhos para a necessidade de manter tudo longe do alcance da boca de Marley.
Marley passa a ser mais que um simples cachorro e as alegrias e infelicidades daquela família sempre têm relação ou interação com o cachorro. Seja quando o primeiro filho da família é declarado morto ainda no útero ou durante a festa de aniversário de 40 anos de John, a presença do cachorro, apesar de as vezes secundária, sempre é constante.
O filme apresenta uma leveza contagiante, é divertido e sem muitas discussões profundas (diferente do livro que possui reflexões sobre como Marley ajudou seu dono). Talvez o que deixe a desejar seja a pontuação temporal, se não fossem pelos filhos que vão crescendo seria impossível definir que o tempo passou, John e Jenny não envelhecem e Marley só parece mudar ao fim do filme, quando fica lentinho.
O final não surpreende, afinal todos conhecem a longevidade canina, porém a forma como as despedidas acontecem arrancam lágrimas da maioria feminina dentro da sala de cinema. Marley e Eu pode não ser um filme de bichinhos mas nem por isso deixa de ser voltado para toda família.