sábado, 20 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte


Harry Potter cresceu. Não me refiro aos atores, que obviamente ficaram adultos desde o primeiro filme da franquia até hoje. Falo da abordagem cinematográfica de um livro que, de fato, trouxe um enredo muito mais sombrio para a série.
Na primeira parte de Relíquias da Morte, Harry, Rony e Hermione embarcam em uma nova aventura (slogan sessão da tarde mode off). Fora de Hogwarts eles precisam encontrar as Horcruxes remanescentes para enfim destruir o Lorde das Trevas. Mas enquanto foragidos, o trio passa a analisar os objetos deixados por Dumbledore em seu testamento, que revelam um novo segredo que pode mudar todo o rumo da busca pela destruição: as relíquias da morte.
Entre todos os filmes da série o sétimo pode ser considerado um dos mais fiéis, se você não levar em consideração a economia em poção polissuco, que alias, acaba por dar aos espectadores as maiores risadas. Os cenários deslumbrantes, que fizeram muita diferença quando passaram a aparecer nos filmes anteriores, continuam. Mas o que dá vida e torna HP7 interessante – levando-se em consideração que o enredo tinha tudo para ser monótono nas telonas – são as partes cômicas. Falas de sentido duplo e caras e bocas transformam o penúltimo filme em algo leve e divertido e mascaram um pouco da tensão que J.K. deu a última história do bruxinho que sobreviveu. Afinal, apesar do público alvo ter crescido ao longo da franquia, existe muitos amantes de HP que não poderiam assistir ao filme se a abordagem sombria se sobressaísse e a classificação fosse 18 anos. Não me entendam mal, mas J.K. levou a morte muito a sério em suas obras.
Relíquias da Morte parte 1 agrada, mas ainda não é o suficiente. Talvez por ser apenas o começo do fim. Falta emoção, adrenalina. Falta o Harry deixar de ser emo – coisa que nunca vai acontecer, enfim. Mas pra quem acompanhou a série desde o começo e mal consegue aguardar a metade de 2011, pode ser um grande aperitivo.