quinta-feira, 1 de julho de 2010

Fanboys


Desde sempre a humanidade vem contando histórias. Algumas delas perduram por milênios e são adoradas por toda uma legião de fãs. A mitologia grega e a bíblia sagrada estão aí para não me deixar mentir. No nosso tempo, arrisco-me a dizer que Star Wars é uma dessas histórias. A hexalogia encantou - e revoltou, mas isso é assunto para outro post - milhões de fãs devotos e ardorosos ao longo das últimas três décadas. Aliás, continua encantando, visto que o tino de George Lucas para fabricar dinheiro é excelente - vide a recente animação "Clone Wars". São histórias universais, que englobam conflitos diversos comuns a todos, como superação, altruísmo, lealdade e inúmeros outros. E assim como uma religião, Star Wars possui os seus fanáticos. E é em torno de um grupo deles que gira o filme "Fanboys" (2008).

Resumidamente, o filme mostra a trajetória de cinco amigos até o Rancho Skywalker (refúgio do criador da saga) para invadir e roubar uma versão de "A Ameaça Fantasma" antes de seu lançamento mundial. O motivo? Um dos garotos está com câncer. Apesar da motivação pesada, o filme não foca nisso em momento algum. Na verdade, defino o filme como um "Sessão da Tarde nerd". É uma comedia leve, com alguns clichês vistos em duas centenas de outras histórias, mas com sacadas espertas no timing certo. Ele junta o mundo de Stars Wars à sensação jovial de aventura, de se livrar de certas correntes do mundo real para se entregar a um propósito maior - retratado de maneira bastante óbvia através de um dos personagens. No filme, tal propósito faz uma referência a um dos principais elementos do universo de George Lucas.

Aliás, dizer que o filme possui referências à serie soa até um pouco inadequado, uma vez que o roteiro inteiro é criado todo em cima do imaginário de Lucas e da relação que os fãs tem com ele. Para alguns, os personagens podem parecer extremamente caricatos e inverossímeis, no entanto tais estereótipos existem de fato; seja no nerd que veste camisetas tematizadas (eu mesmo devo ter umas três ou quatro), na rivalidade quase doentia entre fãs de Star Wars e Star Trek ou nas centenas de pessoas que acampam em frente aos cinemas no dia da estréia e encenam disputas de sabres de luz em meio à multidão (sim, eu já presenciei isso).

Ao término do filme, o conhecedor da saga se sente familiarizado com os acontecimentos - embora muitos deles não sejam passíveis de se levar a sério. Os inúmeros easter eggs e participações de rostos conhecidos dão mais constância ao desenrolar da trama e fazem muitos devotos quase atingirem o nirvana. Se o filme agrada a não iniciados na saga, não sei dizer. Mas cumpre bem o seu papel e faz jus ao nome. Apenas preferia ter assistido a versão dublada, comendo cheetos e coca-cola.

Ps: Estou apaixonado pela belezinha que é garota do filme (que descobri agora ser a Kristen Bell)

Um comentário:

Anônimo disse...

EU lutei com sabre de luz no cinema. #EpicWin

Adorei teu post! Congratulations!